Exatamente hoje, completam-se os 50 anos da Conferência de Estocolmo, que designou o dia 5 de junho como Dia Mundial do Meio Ambiente. A data marca também a primeira Conferência das Nações Unidas para o Meio Ambiente, que levou à criação do PNUMA. “Uma Só Terra” foi o lema em 1972, e 50 anos depois, ainda se mantém atualizado.
Neste dia tão emblemático, gostaria de usar esse espaço para revisitar alguns pontos importantes de um documento que ficou conhecido como “A Carta da Terra”. Uma declaração da consulta feita durante oito anos (1992-2000) entre milhares de pessoas de muitos países, culturas, instituições, religiões, cientistas e pensadores.
Separei alguns trechos para nossa reflexão:
Preâmbulo: Estamos diante de um momento crítico na história da Terra, numa época em que a humanidade deve escolher o seu futuro […]. Para seguir adiante, devemos reconhecer que, no meio da uma magnífica diversidade de culturas e formas de vida, somos uma família humana e uma comunidade terrestre com um destino comum.
Terra, Nosso Lar: A capacidade de recuperação da comunidade da vida e o bem-estar da humanidade dependem da preservação de uma biosfera saudável com todos seus sistemas ecológicos, uma rica variedade de plantas e animais, solos férteis, águas puras e ar limpo. O meio ambiente global com seus recursos finitos é uma preocupação comum de todas as pessoas.
A situação global: Os padrões dominantes de produção e consumo estão causando devastação ambiental, redução dos recursos e uma massiva extinção de espécies. Comunidades estão sendo arruinadas. Os benefícios do desenvolvimento não estão sendo divididos equitativamente e o fosso entre ricos e pobres está aumentando.
Desafios para o futuro: A escolha é nossa: formar uma aliança global para cuidar da Terra e uns dos outros, ou arriscar a nossa destruição e a da diversidade da vida. São necessárias mudanças fundamentais dos nossos valores, instituições e modos de vida. Devemos entender que, quando as necessidades básicas forem atingidas, o desenvolvimento humano será primariamente voltado a ser mais, não a ter mais.
Responsabilidade Universal: Para realizar estas aspirações, devemos decidir viver com um sentido de responsabilidade universal, identificando-nos com toda a comunidade terrestre bem como com nossa comunidade local. Somos, ao mesmo tempo, cidadãos de nações diferentes e de um mundo no qual a dimensão local e global estão ligadas. Cada um compartilha da responsabilidade pelo presente e pelo futuro, pelo bem-estar da família humana e de todo o mundo dos seres vivos.
Pelas palavras da “Carta da Terra”, o compromisso com o meio ambiente é um apelo que exige compromisso de toda a comunidade humana uma vez que o planeta é o nosso lar comum. O dia mundial do meio ambiente foi criado há 50 anos e ainda, seja por indiferença, despreocupação ou ignorância, muitos não se importam com essa importante questão.
O que não podemos é, sob nenhuma hipótese, chegar tarde demais.